Na hora do sim

Quando recebi o chamado para o ministério diaconal, a principio fiquei muito feliz, mais depois de algum tempo me veio a dúvida, se aquele chamado era do homem ou verdadeiramente de Deus?

Mesmo assim comecei a participar de forma integral de todas as atividades e serviços do grupo de diáconos da igreja. Durante o período inicial de prova, me sentia muito empolgada com tudo aquilo e muito confortável como uma simples aspirante ao diaconato.

Quando recebi o comunicado de que seria sabatinada por pastores e outros diáconos e para isso deveria decorar uma apostila enorme, ser observada e avaliada por tantas pessoas, entrei em crise. Senti um medo e um sentimento de inferioridade, fraqueza e aquela dúvida inicial voltou muito mais forte.

Comecei a procurar justificativas para desistir daquela prova e a primeira entre outras foi a baixa visão.

Convidei o pastor da igreja para uma conversa em minha casa e de forma convincente e decisiva desisti.

O pastor aceitou e me comunicou que o assunto seria levado a igreja e foi embora. E eu fiquei ali repetindo para mim mesma que havia feito a coisa certa, só não entendia porque não conseguia sentir paz.

Passando alguns dias o assunto do meu declínio ao chamado ministerial foi levado a igreja. Eu estava presente e quando comecei a ouvir aquelas palavras ditas pelo pastor autorizado por mim... não suportei continuar ouvindo, sai envergonhada e chorando amargamente, por estar negando a Jesus e ao seu chamado. Naquele momento eu tive a certeza de que Deus me havia chamado para o ministério diaconal. Eu não conseguia entender porque fui tão covarde e principalmente infiel a Deus.

Quando cheguei em minha casa, ainda em lágrimas e com um grito preso na garganta,...eu me coloquei diante de Deus, pedindo perdão por ter sido fraca, negligente, insensível, medrosa e desobediente ao seu chamado.
Humilhada e prostrada diante dele, fiquei pedindo misericórdia e principalmente outra oportunidade para recomeçar.

Ali, eu pude sentir Deus me consolando através do seu espírito santo de forma carinhosa e doce, me enchendo de coragem e determinação para aceitar a obra que Ele me havia confiado.

Sai dali e fui a procura do meu pastor, que de forma generosa entendeu e aceitou o meu retorno.

Passei por todas as provas de cabeça erguida e com o coração transbordante de paz e alegria. E para decorar a apostila contei com a ajuda do meu esposo e familiares que a liam diariamente para mim e assim consegui, porque Deus estava no controle de tudo. Fui provada e aprovada pelos homens, mais principalmente por Deus.

Hoje, sou presidente do corpo diaconal e me sinto muito honrada em trabalhar servindo a Cristo e a igreja.

Moisés quando recebeu o chamado de Deus para libertar o povo do egito, não estava preparado. Isaías, Jeremias, Elias e muitos outros homens de Deus, diante de grandes desafios temeram, por perceberem sua pequinês e incapacidade para representarem a Deus. Mas Deus os chamou e depois os capacitou. Deus me chamou e depois me capacitou.

Moisés era gago, por isso temeu. Isaías tinha lábios impuros, por isso não se achava digno. Jeremias chorava e falava como uma criança, por isso não se achava preparado. Elias se sentia só, por isso teve medo. Andréa deficiente visual, por isso não se achava capaz.

Qual têm sido os seus argumentos para tentar convencer a Deus a chamar outro em seu lugar?

Não somos nada nem ninguém se não fizermos por Deus, para Deus e com Deus ao nosso lado nos conduzindo a todo momento.

Qual têm sido a sua resposta diante do chamado de Deus?

Eu disse sim!

Andréa Larrubia.